O segundo volume dos Ensaios para a sustentabilidade, coleção criada em
parceria com a Fundação Mestre Casais, com o título "Edifícios de
Elevado Perfil Ambiental em Portugal" já foi publicado. O livro é da autoria de Eduardo de Oliveira Fernandes e Hugo Santos.
Nos 35 anos passados desde a publicação do célebre e fundamental
“Relatório Brundtland”, pelas Nações Unidas, só foi tornada mais
evidente e clara a necessidade de ação definitiva, contundente e
urgente, no combate aos impactos nefastos da atividade Humana no
ambiente lato sensu. E de entre essas atividades danosas, a energia
usada nos, e para, os nossos ambientes construídos, é responsável, sem
dúvida, direta
e indiretamente, por uma das maiores parcelas.
Enquanto o apelo à ação se vai ouvindo ao nível global, a ação concreta,
política e executiva, tem de se fazer, a começar com o respeito e a
sensibilidade pelos valores e realidades vernaculares, culturais e
económicas, que o sítio exige por si e pela sua quota-parte para o todo
do Planeta.
É neste contexto que se justifica a oportuna necessidade
deste livro, que se apresenta como uma compilação e reflexão sobre o
conhecimento e experiência adquirida pelos autores, ao longo de mais de
40 anos de investigação e consultoria na articulação harmoniosa dos
problemas nas áreas da energia, saúde e sustentabilidade associadas à
gestão do ambiente construído português. Isto é, não deixando nenhum
responsável de fora desta missão que parte da realidade da fragilidade,
tantas vezes sublinhada, do ambiente em geral e do Planeta em si mesmo,
que requer a solidariedade de todos.
E aqui, há que combater as
tentações “gadgéticas” a todos os níveis e procurarassumir a bondade das
ações a empreender no sentido de satisfazer as necessidades de hoje sem
descurar a salvaguarda do futuro. Ora, isto requer um rigor que não se
vê na linguagem política e, infelizmente, também não na ação dos
profissionais das problemáticas energéticas, ambientais e da saúde e,
latu sensu, da política, como da informação e da comunicação em geral. A
cacofonia das terminologias sobre a energia dá disso uma imagem
confrangedora ao chamar à eletricidade “a energia”, quando aquela é
apenas uma forma de energia, “simpática” é certo, mas uma forma de
energia entre muitas. Por isso, Semanários e TVs de elevadas audiências
deveriam ser mais cautelosos e respeitosos do tema, mesmos que isso não
lhes pague mais.
Tentando não cair em modas ou tendências e
analisando a situação ab initio, os autores apresentam e discutem os
princípios científicos base, comentam e questionam a realidade recente
do desenvolvimento urbano e da construção em Portugal, invocando o
vernacular e o atual, e sugerem abordagens e perspetivas que ajudarão,
de forma consciente e eficaz, a transformar os espaços urbanos e os
edifícios para um futuro inclusivo e amplamente respeitador dos valores
sociais, económico.