Foi publicado o livro "Clássicos da literatura infantojuvenil em forma(to) de livro-objeto" coordenado por Sara Reis Silva e já se encontra disponível para compra e leitura.
O presente volume, composto por treze estudos, é dado à estampa na
sequência de outros três já editados – a saber Ramos (2017), Mociño
González (2019) e Tabernero Sala (2019) – e substantiva um dos eixos
investigativos que tem aglutinado, suscitado a atenção e motivado um
trabalho de pesquisa aturado e já considerável por parte de
investigadores pertencentes a Universidades Portuguesas (Aveiro, Minho e
Évora), Espanholas (Santiago de Compostela, Vigo, Saragoça e Cádiz) e
Brasileiras (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e
Universidade Federal de Santa Catarina) Resulta, igualmente, do(s)
olhar(es) pessoal(ais) – nossos, mas também de muitas das participantes
nesta obra – que temos lançado há alguns anos sobre o livro-objecto.
Entendendo o livro para a infância como artefacto ou um objecto híbrido
no qual se conjugam intersemioticamente registos estéticos diversos como
o discurso literário, a ilustração, o design ou a engenharia
do papel, os treze estudos coligidos nesta obra centram-se
fundamentalmente em autores reconhecidos e/ou textos clássicos,
originários de países distintos e vindos a lume em diferentes épocas,
que têm servido de matriz criativa a uma surpreendente pluralidade de
livros-objeto vocacionados para leitores com perfis variados
(pré-leitores – por exemplo, bebés –, leitores iniciais, leitores
medianos e leitores autónomos. Assim, esta colectânea valoriza clássicos
como Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de L. Carroll, Peter
Pan, de J. Barrie, ou Babar de Jean Brunhoff, e, muito particularmente, a
materialidade na construção do discurso. Por outras palavras, em termos
latos, problematiza a questão da relevância da forma para o conteúdo,
bem como as potencialidades criativas, estéticas, lúdicas, formativas
e/ou didácticas de tais artefactos, por exemplo, ao nível da formação de
leitores, que, cremos, se afigura significativamente assente na
manipulação física do livro, gesto que resulta numa especial ludicidade e
na natural resposta à curiosidade infantil.